O que é inconsciente na psicanálise?
Para a Psicanálise, o inconsciente se constitui de conteúdos censurados ou reprimidos, ou seja, conteúdos aos quais foi negado o acesso à consciência por se tratarem de algo penoso, imoral ou inadequado para o indivíduo. É independente da Consciência, e dotado de atividade própria, com suas próprias leis e regras. Assim, o Inconsciente é tido como responsável pelos comportamentos e atitudes dos indivíduos, assumindo que estes não dependem apenas das escolhas conscientes. Isto explica o porquê de muitas vezes fazermos o que não queremos, ou não conseguirmos fazer o que queremos.
O inconsciente é o que vem a separar definitivamente a Psicanálise das outras áreas do saber, principalmente da psiquiatria, da neurologia e da psicologia.
Apesar dos conteúdos inconscientes estarem censurados, pode-se tornar consciente de forma disfarçada através de sonhos, jogos de palavras, chistes (brincadeiras), atos falhos (comportamentos inesperados), lapsos de linguagem, associação livre de idéias (fala livre sem crítica e preocupação com a coerência), etc.
Temos como exemplos: chamar uma pessoa pelo nome de outra, o fato de dizer uma palavra fora do contexto sem entender o motivo, ter atitudes não planejadas ou dizer algo que sabemos que não podíamos ter dito, cometendo “gafes”. É comum após estas escapadas do Inconsciente as pessoas questionarem por que fizeram ou disseram algo que as levou à uma situação embaraçosa.
Todos nós, portanto, funcionamos por meio do Inconsciente. A Psicanálise foi desenvolvida inicialmente por Freud e tem por objetivo dar a conhecer às pessoas seus próprios conflitos emocionais inconscientes pela via da associação livre. Depois de superar algumas resistências ou repressões, pode-se então “decifrar” o Inconsciente. É a partir desta análise que, ao levar o sujeito a tomar conhecimento dos elementos concretos de seu Inconsciente, possibilitando saber sobre seus reais desejos ou impedimentos e escolher o que fazer com eles.